sábado, 15 de junho de 2013

Um dia na capital paulista

Quando falamos em ir a São Paulo, o que vem a cabeça dificilmente está relacionado a turismo. São Paulo costuma ser uma cidade funcional: compras, cursos, negócios. As pessoas geralmente vão a São Paulo para fazer algo útil. Mas existe turismo em São Paulo! Eu, como paulistana, confesso que não vejo a cidade assim, afinal, dificilmente a gente "turista" em nossa própria casa, mas fiz a experiência de um dia de turismo na Capital paulistana e decidi compartilhar com vocês!

O esquema é bem um bate-volta, o roteiro é ideal para alguém que quer passar um dia em um lugar diferente, como foi no nosso caso, aproveitar a emenda de feriado já que não poderíamos fazer uma viagem mais longa, por exemplo.

Eu já estava na cidade, mas as minhas amigas foram de carro e o deixaram no estacionamento do terminal rodoviário Tietê. O plano era percorrer a cidade de metrô. Particularmente, eu acho a melhor opção. São Paulo é uma cidade muito grande, ficar circulando de carro pode ser mais complicado - acertar caminhos (mesmo com gps), achar lugar para estacionar, pagar vários estacionamentos - o metrô funciona, é fácil e barato! E faz parte do passeio, né? Ir às grandes cidades - Londres, Nova Iorque, Paris, São Paulo - e conhecer o metrô é como conhecer a vida daqueles que lá vivem, é como fazer parte da cidade realmente!

Bom, o primeiro destino do dia foi: Estação Trianon-MASP 

Fiquei com vergonha de mim mesma por ser uma paulistana que nunca tinha ido ao MASP. Eu nem mesmo sabia da riqueza do acervo, impecável!
O passeio começa pela 2º piso.  Primeiro, passeamos pelas gravuras - vão desde as mais antigas até as mais modernas, já coloridas e muito próximas às fotografias. É legal ver paisagens que são já conhecidas com o olhar do artista há muitos séculos. Em seguida, há o setor das Madonas. Lindo de ver as mulheres "cheinhas" inspirando os artistas! O museu abriga obras de artistas renomados, um privilégio para os paulistanos - Renoir, Van Gogh, Monet, Manet, Delacroix, entre outros - por isso, você aí que mora em São Paulo, cria vergonha na cara e vai conhecer o Museu! Aproveita que na terça-feira, é de graça.
( Rosa e Azul, Renoir - ele é até iluminado de tão lindo! Dá vontade de levar pra casa! ps.: a foto não é minha, eu não tirei fotos porque achei que não podia, mas achei essa na internet.. tsc tsc)

Há ainda o setor do Romantismo, dos Retratos e das esculturas (com presença de Brecheret e Rodin) e sempre há exposições temporárias. Tivemos a sorte de  conferir a exposição do Portinari - Séries Bíblicas e Retirantes. Para quem é fã de Vidas Secas (como eu) não tem como não se emocionar:

Para quem não pode usufruir a gratuidade da terça-feira, a entrada do Museu custa 16,00, havendo a possibilidade da meia-entrada, claro, para estudantes, professores - com o holerite, aposentados e etc.
Ainda assim, não é caro né? Dezesseis reais para ver todas essas obras de arte vale a muito a pena!

Nós optamos por almoçar na tradicional Bella Paulista, , do Masp até lá dá uma caminhadinha pela avenida paulista. Eu adoro caminhar pela paulista, então não me importei nem um pouco. Ainda mais em saber que no fim do caminho teríamos a melhor coxinha de frango com catupiry ever! O legal da Bella Paulista é que tem muitas opções, desde lanches e salgados até pratos bem saborosos, passando por sopas, pizzas, massas e etc. Nós optamos pelo delicioso Melo Alves (um risoto acompanhado de medalhões de filet mignon ao molho de mostarda), com vinho tinto. Sem contar a infinidade de sobremesas. Não foi uma refeição barata, mas muito boa e com ótimo atendimento! Vale a pena!


Em seguidas, mudamos o rumo do passeio e fomos dar uma volta na Liberdade.
Atenção: opinião totalmente parcial. Eu não vejo muita graça na Liberdade..rs
Nesse dia, especialmente, tinha tanta gente que até me irritou. É legal para quem quer comprar cosméticos, tem duas lojas Ikesaki, enormes, com muitas variedades de preços e marcas. Achei que vale a pena para produtos de salão de beleza, principalmente para o trato de cabelos e unhas. Para maquiagem, não achei muito legal não. E também tem lojinhas de bugigangas em geral. Enfim, é bonitinho pela decoração oriental, em vários lugares, você só ouve as pessoas falando em japonês, é a china town de São Paulo, (só que japonesa rs) Em outra ocasião em que estive lá,  coincidiu de ser o dia da feirinha, procurando aqui pela internet parece que ela acontece aos sábado e domingos.Enfim, é mais um passeio de compras. Para quem nunca foi e gosta de comprar coisas baratinhas, é uma opção.

De lá, fizemos uma caminhada pelo centro de São Paulo, em direção a catedral da Sé.
É um paradoxo. O lugar é um marco, literalmente,  marco zero de São Paulo, seria um dos principais pontos turísticos, mas o cenário ao redor da catedral é muito triste. Mendigos, pedintes, pessoas dormido pela praça, enfim, triste, essa é a palavra. E onde tem pobreza, tem violência. Não nos aconteceu nada, mas ficamos com receio, claro. A catedral é linda, mas não ficamos muito à vontade para apreciá-la por fora. A construção é grandiosa, inspirada no modelo gótico, até mesmo nos vitrais e tem órgãos gigantescos. Linda demais. Fiquei triste por pensar que é um lado de São Paulo que as pessoas têm medo de conhecer. Tem policiamento,  mas até quando a vida nas grandes cidades do Brasil vai ser assim, né? Enquanto a coisa não melhora, a gente vai do jeito que pode! Toma alguns cuidados, mas não podemos deixar de viver as coisas por medo.

Seguimos a caminhada, passamos pelo Pateo do Collégio, onde tem o Museu Anchieta, mas só passamos mesmo, não chegamos a entrar. O destino era o mosteiro São Bento. O legal dessa caminhada no centro de São Paulo é observar a arquitetura, as construções antigas são belíssimas, o prédio da caixa econômica federal é imponente. Eu adoro ficar observando tudo isso. São coisas que passam batidas quando o caminho faz parte da rotina, do cotidiano.

Enfim, chegamos ao Mosteiro São Bento, para encerrar com chave de ouro. Para quem não sabe, os beneditinos são monges que vivem no claustro total. O acesso ao mosteiro  é limitado, cabendo aos visitantes a Igreja. Nós chegamos ao mosteiro próximo ao horário das missa, mas no site tem os horários das missas com cantos gregorianos e com o órgão (grandioso também) da basílica. Independentemente de ser católico ou não, a visita ao mosteiro equivale a visitar uma obra de arte, ele é incrível. Eu gosto muito do ritual católico, então o silêncio, o canto, traz uma paz. Ao pesquisar páginas da internet para compor esse post descobri que tem uma biblioteca no mosteiro, mas não sei qual é o limite para o acesso, sei que alunos e professores do colégio São Bento podem utilizá-la. Enfim, acompanhando o site da para saber o melhor dia e horário para fazer a visita. E se possível, encerre o passeio com o delicioso pão de mel com geleia de damasco, feito pelos monges (7 conto, mas é uma delícia!).

Quem quiser, pode finalizar o passeio em alguns dos charmosos bares que têm ali pela região. Nós já estávamos cansadas e as meninas tinham um longo caminho pela frente. São Paulo é uma cidade rica em todos os sentidos. Rica de contrastes, de diversidades, opções e cultura. Aproveitar essa riqueza é quase uma obrigação. Pegue seu guarda-chuva e uma blusa de frio, (o clima é sempre imprevisível), um sapato confortável, um bilhete do metrô e aproveite o que a cidade tem para oferecer!